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Um incêndio destruiu a Vila Corbélia, no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC), entre as 23h de sexta-feira (7) e a madrugada deste sábado (8). Segundo a prefeitura, não houve mortos ou feridos.

Ainda não se sabe como o fogo começou - há moradores, porém, que dizem que o incêndio é uma represália pelo assassinato recente de um policial militar no bairro. As polícia Militar (PM) e Civil ainda não se manifestaram sobre o assunto.

"Foram duas horas de combate à incêndio. Mensurando, primeiramente, a gente acredita que em torno de 10 mil m² e em torno de 300 casas [tenham sido destruídos], mas, mais pela manhã, a gente vai conseguir apurar melhor", afirmou a capitã do Corpo de Bombeiros Rafaela Diotalevi.

Já a prefeitura estimou que cerca de 100 residências tenham sido queimadas.

Durante o combate ao incêndio, que durou mais de duas horas, um bombeiro e um policial ficaram feridos, de acordo com a tenente Diotalevi.

Durante o combate as chamas muita confusão foi registrada no local. Vários moradores revoltados acusavam a polícia de incendiar os barracos. O clima ficou tenso e um socorrista do Siate foi atingido na cabeça por um pedaço de pau. Uma viatura de combate à incêndio teve o parabrisas danificado. Um policial militar também ficou ferido sem gravidade.

No desespero muitos moradores se arriscaram para tentar salvar o pouco que restou.

Em conversa com os moradores, havia muita especulação. Chegou-se a falar em 20 mortos no incêndio, porém, de acordo com o Corpo de Bombeiros, durante o trabalho de rescaldo não havia sido encontrado nenhum corpo pelos bombeiros. Algumas pessoas relataram que uma mulher com um bebê de 4 dias teria morrido queimada no incêndio. Porém, nossa equipe conseguiu encontrar a mulher que havia conseguido fugir pelos fundos da invasão com seu bebê e foi amparada por moradores. Ela não ficou ferida, mas perdeu tudo.

 

"Alguns populares acabaram reagindo, mas a polícia permanece no local fazendo a segurança. Os dois passam bem. Nós também tivemos uma viatura dos bombeiros atingida", disse.

A Prefeitura de Curitiba disse que acionou a Defesa Social, a Guarda Municipal, a Fundação de Ação Social (FAS), a Secretaria Municipal da Educação, a Secretaria Municipal da Saúde para dar auxílio aos moradores.

Nesta manhã, cerca de 80 pessoas foram abrigadas na Escola Municipal Doutor Hamilton Calderari Leal. Elas receberam colchão, cobertores e alimentos.

Uma das moradoras da Vila Corbélia afirmou que o incêndio teria sido criminoso em represália ao crime contra o soldado Erick Norio, do 23° Batalhão, que foi atraído para uma emboscada após uma chamada de atendimento a uma ocorrência. “O que o pessoal conta é que houve tiros e foram jogados rojões contra as casas. O fogo foi criminoso. Os moradores não têm dúvidas disso”, descreveu.

A capitã Rafaela, do Corpo de Bombeiros, afirmou que o incêndio foi de grandes proporções com centenas de casas destruídas e um bombeiro e um policial militar feridos. “Foi realmente um incêndio com muita dificuldade para controle. Tivemos que entrar só com mangueiras e foram 300 casas destruídas, em um espaço de 10 mil metros quadrados. Um soldado dos bombeiros ficou ferido, bem como um policial militar, porque a população acabou reagindo. Eles jogaram pedras na viatura também”, afirmou.

Nesse primeiro atendimento, o Corpo de Bombeiros não confirmou nenhuma vítima fatal. “Nenhuma confirmação e também sem familiar reclamando do desaparecimento de alguém”, disse.

‘Perdemos tudo’

Uma moradora, desesperada, falou que pessoas ‘de bem’ perderam tudo. “Meus pertences estão aqui espalhados pela rua. Nós perdemos tudo. Aqui a gente trabalha e agora fizeram isso. Botijão de gás e casas explodindo. Nós trabalhamos o dia todo, os bandidos não estão aqui”, garantiu.

Outra mulher que mora no local lamentou o cenário de guerra na Vila Corbélia. “Foi uma situação lamentável depois do crime do policial. Abordagens e um clima muito tenso. Agora ficou aqui este cenário de destruição, com crianças chorando porque perderam o pouco que tinham”, lamentou.

Polícia Militar

Em conversa com a Polícia Militar (PM) durante o atendimento ao incêndio, a reportagem foi informada de que a corporação foi acionada para dar apoio ao Corpo de Bombeiros e, nesse momento, não tem conhecimento do envolvimento de policiais no incêndio. A PM ainda fez contato com a Prefeitura pedindo apoio para os centenas de desabrigados. As causas do incêndio ainda serão apuradas.

Quem quiser ajudar as diversas famílias que perderam tudo pode entrar em contato com a Associação de Moradores do Bairro pelo telefone 99151-8050 (falar com Juliano).

Crime

O soldado Norio foi atingido com um tiro no colete balístico e outro do pescoço, que acabou sendo fatal. O parceiro dele, assim que viu o amigo ferido, o colocou na viatura e seguiu até a UPA Barigui.

Erick Norio  estava há 5 anos na Polícia Militar do Paraná, integrando o 23° Batalhão. Ele deixou esposa e um filho de 4 anos.

 




Fonte: G1 PR, BANDA B E MASSA NEWS
Fotos: G1 PR, BANDA B E MASSA NEWS



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Postado por: Adelino

Policial

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