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Professor de educação física conseguiu tirar machadinha de adolescente, que se desvencilhou e fugiu pulando o muro da escola. Seis alunos de 12 a 14 anos ficaram feridos, mas não correm risco. Suspeito foi apreendido no meio da tarde pela BM.

Um gesto "heroico". Assim o delegado Marco Aurélio Schalmes, da Polícia Civil de Charqueadas, definiu a ação de um professor de educação física Juliano Mantovani que desarmou o agressor no Instituto Estadual Educacional Assis Chateaubriand na tarde desta quarta-feira (21), na cidade que fica a cerca de 60 km de Porto Alegre.

"O professor Juliano, de forma heroica, estava na parte externa, foi até ele, segurou, imobilizou e retirou a machadinha. O autor se esquivou e fugiu pulando um portão na parte da frente", diz o delegado.

O suspeito foi capturado e apreendido pela Brigada Militar no meio da tarde. Ele foi conduzido para a Delegacia de Polícia de Charqueadas para prestar depoismentos, informou o vice-governador e secretário de Segurança Pública Ranolfo Vieira Jr.

"Pensei nas minhas filhas", diz professor

Juliano Mantovani estava na quadra da escola quando ouviu inúmeros gritos. Imediatamente, correu para a sala de onde vinham os apelos e foi em direção ao agressor:

"A única coisa gritei foi 'para!'. Peguei a machadinha na mão e gritei, aí tirei a machadinha da mão dele", conta o professor.

Embora considerado heroi pela polícia e pelos colegas, ele não se considera assim. Para ele, o único pensamento ao entrar em luta corporal com o adolescente foi defender as demais crianças:

"O pessoal tem comentado que sou heroi. Heroi, não! Quando eu ouvi os gritos, eu ouvi os gritos das minhas filhas. Elas não estudam lá, mas associei isso. Fui na intenção de salvar eles. Nessas horas, a gente não pensa na nossa vida. Pensa só na vida dos nossos alunos que são nossa responsabilidade dentro da escola", diz Juliano, pai de duas meninas de três e seis anos.

O professor recorda que, mesmo após a fuga do adolescente, o tumulto não cessou na sala de aula. Segundo ele, tentou acalmar as crianças para verificar quem estava machucado e qual a gravidade dos ataques:

"Os alunos ficaram muito assustados. Tinha muita gritaria, muito aluno chorando, muito preocupados. Eu tenatava acalmar todos para ver quem estava mais ferido."

Entenda o caso

O adolescente invadiu a escola pela parte de trás e entrou em uma sala de aula do 7º ano do Ensino Fundamental. Após lançar um coquetel molotov, que não feriu ninguém, o suspeito, que aparenta ter entre 16 e 17 anos, desferiu diversos golpes de machadinhas nos estudantes.

Pelo menos seis estudantes, entre 12 e 14 anos, foram atendidos no Hospital de Charqueadas. Todos tiveram ferimentos leves e não correm risco de morte.

A escola teve as aulas suspensas, e outras instituições de ensino da cidade também encerraram as atividades por precaução.

O Ministério Público pedirá a internação provisória de adolescente. Em nota, o MP afirmou que a promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Charqueadas, Daniela Fistarol, vai representar junto ao Juizado da Infância e Juventude da Comarca pela internação provisória do adolescente.

Massacre em Suzano

Em 13 de março, um adolescente e um jovem encapuzados atacaram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do colégio. Em seguida, um dos assassinos atirou no comparsa e, então, se suicidou. Pouco antes do massacre, a dupla havia matado o proprietário de uma loja da região. Os criminosos eram ex-alunos do colégio.

O delegado Marco Aurélio Schalmes afirmou que o caso de Charqueadas "se assemelha muito" ao de Suzano. Porém, não encontra qualquer ligação entre eles.




Fonte: G1 RS
Fotos: G1 RS



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Postado por: Adelino

Policial

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