Atletas da categoria convivem com uma redução de até 50% nos salários
Sem o glamour e as altas cifras do futebol, o futsal brasileiro tem sofrido sensivelmente com a paralisação por tempo indeterminado dos principais torneios do país. Reduções salariais, indefinições de cronogramas e a apreensão dos atletas, durante a quarentena do coronavírus, têm sido os maiores problemas da categoria. No Paraná, um dos centros mais fortes da Liga Nacional, não é diferente.
O atual bicampeão brasileiro, o Pato Futsal, sediado no sudoeste paranaense, na cidade de Pato Branco, tem buscado alternativas para a queda de arrecadação. “A situação é complicada para todos. O Pato vinha de um investimento importante na comissão técnica e no plantel, que foram reformulados, e agora está tudo comprometido”, afirma Gerson Aranha, supervisor do clube de Pato Branco.
“Temos feitos cortes diários e o planejamento da diretoria tem sido mudado constantemente. A cada mês, vemos o que conseguimos contornar e arrecadar para repassar aos atletas”, revelou o diretor.
Com os problemas financeiros, o Pato Futsal buscou em seus patrocinadores um refúgio em tempos de crise. “Não temos receitas de bilheteria e sócios, então conversamos com os nossos parceiros para ver como eles podem nos auxiliar nesse momento, sabendo que eles também foram impactados”, diz Gerson.
E os jogadores?
Impactados pela redução salarial definida pelos clubes, os atletas também relatam as dificuldades de se manter uma estabilidade financeira em tempos de coronavírus. O ala Bruno, do Carlos Barbosa, revela o despreparo das equipes para lidar com a crise da covid-19.
“Os clubes tiveram de se adaptar. A maioria está despreparada, por se tratar de um momento diferente. Pode haver desistência de equipes e nós atletas precisamos baixar nossos salários para continuar atuando. Sem contar a perda de patrocínios, que gera uma diminuição na visibilidade e na competitividade do nosso esporte”, analisa o jogador do time gaúcho.
O fixo Ramon, que joga pelo Ampere Futsal, do sudoeste paranaense, revela que o clube também sugeriu uma diminuição de 50% nos vencimentos de cada jogador. “Mas eles nos deram a segurança de que ninguém será mandado embora”, contrapõe o atleta.
Estratégias
Sem ainda uma previsão de retorno das atividades, os clubes e as federações seguem aguardando um ‘sinal verde’ do Ministério da Saúde para uma volta gradual dos treinos.
“Estimamos, no máximo, 90 dias para voltar. Alguns têm sugerido partidas com portões fechados, mas é uma coisa difícil, por que cada jogo envolve, no mínimo, 50 pessoas. Vamos seguir os decretos do governo e da secretaria estadual de saúde, sem contar as definições municipais que podem ser mais algumas barreiras no planejamento. Antes de 15 de maio temos a certeza de que não voltarão as atividades. A partir daí, podemos manter isso ou não. Temos cenários para voltar em junho, julho ou agosto”, contou à Banda B o presidente da Federação Paranaense de Futsal, Jesuel Laureano Souza.
Ramon, jogador do Ampere, acredita que a situação deve servir de exemplo para uma evolução na organização do futsal nacional. “Falta apoio da Confederação Brasileira de Futsal, que não ouviu os jogadores e copiou o modelo de redução salarial do futebol. Creio que, para o futuro, deveríamos criar um fundo emergencial, em que todos que fazem o futsal no Brasil contribuíssem para que ninguém fosse pego de surpresa”, acrescentou.
Por Luiz Kozak, com informações de Luiz Ferraz em 16 de abril, 2020 as 10h45. BANDA B
Postado por: Vanderlei
Esporte
0 Comentarios
Nos primeiros dois anos de existência, a sede da rádio situava-se na Rua Marechal Deodoro em uma pequena sala comercial e contava apenas c...