RIO - Iansã, Thor, Zeus ou Indra. Não importa a tradição religiosa ou mitológica, o fato é: os deuses das tempestades e dos relâmpagos devem ser muito evocados no verão que começou oficialmente às 2h48m desta terça-feira. Além de temperaturas (ainda mais) altas, os raios vão riscar o céu em número acima do normal nos próximos meses. Serão 20% a mais no Sudeste e no Sul do país, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mesmo aumento esperado no volume de chuvas, alertam os meteorologistas.
Culpa do El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico. O Rio registra, em média, 400 mil raios por ano (é o quinto estado onde mais eles caem no Brasil, segundo o Inpe), e as quatro cidades do país com maior incidência de descargas elétricas ficam no Sul Fluminense: Porto Real, Barra do Piraí, Valença e Rio das Flores. Esses municípios registraram entre 17 e 20 raios por quilômetro quadrado anuais nos últimos 15 anos.
O órgão explica que a região está no topo do ranking por causa do relevo, entre a Serra da Mantiqueira e o Vale do Paraíba, que facilita a formação de nuvens carregadas de descargas elétricas.
— Alguns fatores explicam isso. O calor excessivo, tanto na capital quanto no interior, a umidade e o relevo da região colaboram para a formação de nuvens pesadas, que, por consequência, favorecem a formação de raios — afirma Marcelo Pinheiro, meteorologista do Climatempo.
A cidade do Rio tem posição de menos destaque na lista. Aparece em 76º lugar no estado e na colocação 2.933 do ranking nacional, de acordo com as medições do Elat/Inpe.
CHUVAS MAIS FREQUENTES
Sobre a previsão de mais chuvas, o meteorologista chama a atenção para outro fenômeno: os fortes bloqueios atmosféricos sobre o Oceano Atlântico dos verões passados não devem ter a mesma intensidade agora. Foram eles os responsáveis por impedir a passagem de frentes frias, causando estiagem em todo o país nos anos recentes:
— Não teremos um bloqueio atmosférico tão intenso. Com isso, devem ser comuns as tradicionais chuvas de fim de tarde.
Além da previsão de um verão com chuvas um pouco acima da média, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas serão maiores em relação ao ano passado, sobretudo em fevereiro e março.
— A previsão para o verão de 2016 no Rio é de temperaturas muito altas, provavelmente acima de 42 graus, devido ao El Niño. Além disso, é possível que ocorram muitas pancadas de chuva, aquelas típicas da estação. No último verão, tivemos períodos de 30 a 40 dias sem chuva. Isso não deve acontecer novamente — diz Francisco de Assis Diniz, meteorologista do Inmet.
Postado por: radiovoz
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