O suíço Gianni Infantino foi eleito, nesta sexta-feira, o novo presidente da Fifa. Secretário-geral da Uefa desde 2009, Infantino teve disputa acirrada nas urnas contra o xeque bahrenita Salman Al Khalifa, que preside a Confederação Asiática de Futebol.
A definição do novo presidente ocorreu no 2º turno, realizado também nesta sexta, em Zurique. Infantino conseguiu 115 votos dos 104 votos que eram necessários para vencer a eleição no segundo turno (caso contrário haveria 3º turno). O dirigente suíço exercerá o mandato até 2019.
"Não posso expressar meus sentimentos neste momento. Eu passei por uma trajetória excepcional, que me fez encontrar muitas coisas fantásticas. A Fifa merece ser muito respeitada. Vamos restabelecer a imagem da Fifa e o respeito do mundo", discursou Infantino logo após ser anunciado como o novo mandatário da Fifa.
Infantino havia levado a melhor sobre Salman no 1º turno por uma margem pequena de votos (88 a 85). O regulamento da Fifa estabelecia que só haveria 1 turno se um candidato tivesse dois terços dos votos válidos, o que não ocorreu.
Após um equilibrado 1º turno, Infantino conseguiu disparar na segunda sessão graças aos votos que haviam sido destinados no turno inicial a outro candidato da Uefa: o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein. O bloco europeu votante em Al-Hussein no primeiro turno (27 votos) migrou para Infantino no segundo turno.
O xeque Salman foi o segundo mais votado no segundo turno, com 88 votos.
Os outros concorrentes foram o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein (vice-presidente da Fifa), com 4 votos no segundo turno, e o francês Jérôme Champagne (ex-secretário-geral adjunto da Fifa), com nenhum voto na segunda sessão. A CBF foi representada nas urnas pelo Coronel Nunes, presidente em exercício da CBF.
O sul-africano Tokyo Sexwale retirou sua candidatura minutos antes da primeira votação.
Infantino ganhou força no cenário político do futebol no 2º semestre de 2015, após a derrocada de Michel Platini, afastado da presidência da Uefa e do futebol por envolvimento em suborno com Joseph Blatter. Infantino era braço direito de Platini. Com Platini caindo em desgosto na bancada europeia, a Uefa depositou todas as fichas em seu secretário-geral.
Infantino oficializou candidatura à Fifa em outubro de 2015, sendo favorável a um rigoroso controle financeiro na Fifa. O suíço defende o aumento de seleções participantes em Copas (quer 40 times, em vez de 32).
Ao todo, 207 federações tiveram direito a votos. Infantino tinha ao seu lado os votos de grande parte da Confederação da Europa (que teve direito a 53 votos), da Conmebol (10 votos) e parte da Concacaf (direito a 35 votos).
"Deveremos implantar a transparência para recuperarmos o respeito do mundo. Vamos recuperar esse respeito com trabalho. Vamos nos concentrar neste jogo maravilhoso que é o futebol".
No entanto, o xeque Salman contou com os votos da bancada asiática na Fifa, composta por 46 federações. Além disso, o candidato do Bahrein tinha a promessa de votos do maior colegiado da Fifa: a África, com direito a 54 votos.
Cientes de que seriam os dois candidatos principais, Salman e Infantino miraram o apoio da Oceania, um continente que chegou ao pleito sem manifestar apoio a nenhum candidato e que foi representada nas urnas por 10 federações.
Rival direto de Infantino, Salman enfrentou protesto no acesso à sede da Fifa nesta sexta. Um grupo de manifestantes acusa o xeque de participar de tortura contra atletas de seu país que eram contrários ao atual regime político.
Aos 45 anos, Infantino chegou à Uefa em 2000. Ele ocupa o cargo de secretário-geral da Uefa desde outubro de 2009. Advogado e poliglota (fala inglês, francês, italiano, alemão e espanhol), o novo presidente integra o Comitê de Reformas da Fifa.
Reformas no estatuto da Fifa
Antes da votação, os representantes da Fifa aprovaram a reforma do estatuto da entidade.
Entre as principais alterações estão a transparência de salários de dirigentes, a exigência de uma maior bancada feminina e o limite de três mandatos para presidentes.
Postado por: radiovoz
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