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A data de 21 de fevereiro marca o dia da chegada, em 1874, da expedição de italianos, a bordo do navio “Sofia”, qual serviu como ponto para homenagem ao feito. Era o início da grande migração de italianos no Brasil, onde hoje vive uma população calculada em mais de 35 milhões de descendentes.

Nossos antepassados fugiam de um período de crise profunda na Itália e na Europa em geral, vinham atrás de uma nova esperança de reconstruir suas famílias e suas vidas e encaravam uma viagem de navio entre a Itália e o Brasil de muitos dias e em condições precárias.

Nessa época, o governo brasileiro, que precisava de mão de obra por conta da abolição dos escravos, incentivava a vinda desses imigrantes e financiava os custos da viagem.

Antes de embarcar, os italianos precisavam percorrer longas distâncias dentro do próprio país até chegarem aos portos de Gênova e Nápoles, de onde saiam a maior parte dos navios para o Brasil.

Os italianos que embarcavam nessa viagem não tinham nenhuma certeza além daquela de que precisavam tentar uma nova vida. Saiam da Itália sem sequer saber para onde iriam quando chegassem no Brasil. As famílias descobriam para onde seriam levadas apenas quando chegavam nos portos de Santos ou do Rio de Janeiro.

As passagens concedidas pelo Governo Brasileiro às famílias italianas eram todas de terceira classe, que ficavam, geralmente, nos porões dos navios, com pouca ventilação, muito escuras e úmidas e quase sempre superlotada.

No início, a travessia era feita em navios a vela, e levava cerca de 60 dias para ser concluída. Com os navios a vapor, esse tempo foi reduzido para 20 a 30 dias.

Com um número enorme de passageiros, as condições sanitárias dos vapores eram péssimas e as condições para que doenças contagiosas se espalhassem eram ideais. Não era pouco comum os navios serem acometidos de surtos de piolho, cólera ou sarampo. Como também não havia como tratar dos doentes, muita gente não conseguia chegar ao destino final com vida.

E como eles mesmos já ocupavam os porões dos vapores e para evitar que as doenças se alastrassem ainda mais, não era possível manter os corpos dos mortos até a chegada ao Brasil, para dar-lhes um velório digno como gostariam. Era feita uma cerimônia religiosa rápida e os corpos envolvidos em sacos de pano, feitos com roupas de cama, e lançados ao mar.

Os imigrantes italianos sofriam durante tantos dias com essas doenças, mortes de parentes e com a saudade de tudo e de todos que deixavam para trás. E para aliviar a dor e ajudar a passar o tempo, eram comuns as cantorias de músicas tradicionais italianas.

A chegada era, com toda certeza, um alívio para os que conseguiram fazer a travessia diante de tantos problemas e condições precárias. Se encantavam com nossa natureza ainda preservada na época, mas estranhavam homens e mulheres de pele escura, raros na Europa neste período.

Depois da longa e cansativa viagem de navio entre a Itália e o Brasil, ao desembarcar em Santos ou no Rio. Somente quando chegavam aos portos brasileiros as famílias descobriam para qual região do país seriam levadas. Seu Antônio Marangon, veio para o Sul! E assim aumentou a família Marangon!

Apesar das dificuldades, nas cartas endereçadas aos que ficaram na Itália, os imigrantes contam que o Brasil era mesmo um país melhor para viver. “A terra é fértil na colônia. Há muitas árvores. Aqui um homem que trabalha um mês, alimenta uma família por um ano. A água e o ar são excelentes, como no nosso país”, diz uma carta enviada em 1876.

Entre 1876 e 1915, 24% dos italianos que saíram da Europa vieram para a América do Sul.

O resto da história, todos sabem. E assim chegamos aos nossos dias. Eu fui um que fiz o caminho de volta "para casa", me tornei um cidadão Italiano pelo sangue e tenho orgulho de meus antepassados.

Deixo aqui minha homenagem à todos os descendentes desta raça de guerreiros trabalhadores que se espalhou pelo país!




Fonte: História Italianos no Brasil
Fotos: Arquivo RADIO VOZ



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Postado por: Adelino

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