Ele contratou um menor para cometer o crime. O Julgamento teve horas de duração e foi realizado no fórum de Joinville. Ele teve pena máxima aplicada pelo crime de homicídio triplamente qualificado
Antonio Neto Borges de Souza, 40 anos, foi declarado culpado pela morte da enfermeira Claudia Mara Koppe em janeiro de 2016, em júri realizado nesta quarta-feira em Joinville. Foi aplicada a pena máxima, de 30 anos, para o crime de homicídio triplamente qualificado (pagamento de recompensa, motivo fútil e feminicídio) e de um ano e quatro meses para o crime de corrupção de menores. O júri popular ocorreu na manhã de ontem no Fórum de Joinville.
O julgamento contou com sete jurados – seis homens e uma mulher. Presidida pela juíza Karen Schubert Reimer, a sessão durou nove horas. À frente da acusação estavam o promotor Ricardo Paladino e o assistente de acusação Rafael Luiz Siewert. Já a defesa foi conduzida pelo advogado criminalista Antônio Lavarda. Somente o réu foi ouvido durante o júri.
Para Siewert, não havia dúvidas de que o acusado é o mandante do crime. Todas as provas juntadas durante o processo, inclusive a apreensão do adolescente que efetuou o disparo que matou Claudia, levaram a acusação a formular a denúncia de que Antonio teve a intenção de matar e encomendou a morte da ex-companheira por não aceitar o término do relacionamento.
– Há provas consistentes colhidas desde a fase policial, em que o menor foi apreendido no dia do crime por causa de um assalto, e acabou confessando que tinha matado a Claudia a mando do Antonio, pelo valor de R$ 1 mil. Além disso, tem testemunhas que não presenciaram o fato em si, mas que viram a hora em que o menor efetuou o disparo e saiu correndo – afirma.
Além deste processo, Antonio foi condenado pela 4ª Vara Criminal de Joinville pelo crime de ameaça à ex-companheira – a sentença saiu há 15 dias. De acordo com Paladino, o denunciado também tem outros boletins de ocorrência por crimes de violência e ameaça, registrados por outras companheiras. Também foi sentenciado por tentativa de homicídio ocorrida em 1997, no Estado de São Paulo. O acusado está preso preventivamente desde 18 de fevereiro de 2016.
Em depoimento, o acusado negou ser mandante do crime. Antonio afirmou que conheceu a vítima em um bar e que alguns dias depois começaram a namorar. À época, ele mantinha um relacionamento com a vítima e também com outra mulher. O acusado confirmou que, no início, da relação os dois se davam bem, mas depois do primeiro mês, as brigas começaram a aparecer.
– Devido às amizades que ela tinha. Quando saía do serviço, eles (os amigos) ligavam e convidavam para sair. Ela ia e deixava o filho e eu sozinhos – declara.
O denunciado também assegurou ter visto traições por parte da vítima nas redes sociais e por mensagens do celular, mas nunca presenciou pessoalmente nenhuma situação. Ele ameaçava a vítima há algum tempo de que tiraria a vida dela, o que teria gerado o registro de BO.
Para o advogado do réu, o caso foi bastante complicado porque envolveu passionalidade. Lavarda reforça que o delito é diferente de outros crimes que envolvem facções criminosas, por exemplo. O advogado também defendeu que a prova apresentada pela acusação era insuficiente para a condenação e sistematicamente vem defendendo a negativa de autoria.
– Receber uma condenação muito grave em cima de um depoimento de um menor infrator, uma espécie de delator, o debate de hoje (quarta-feira) vai ser nesse sentido – salienta.
Família à espera de justiça
O rosto de Claudia estampava a camiseta dos amigos e familiares da vítima. A palavra paz, escrita em cima da foto, ilustra o sentimento que o grupo espera que a enfermeira tenha encontrado. Para o irmão da vítima, Evandro Koppe, o julgamento não trará para o convívio da família a presença da irmã, mas oferece ao menos um pouco de conforto.
– Minha irmã era enfermeira, trabalhava para cuidar do próximo. Não adianta ele (Antonio Neto Borges de Souza) querer chegar aqui e desqualificá-la. Agora, nós só queremos que a justiça seja feita – assegura.
Durante o interrogatório do réu, a filha de Claudia, Camila Maiara Koppe, se emocionava. Ela teve pouca convivência com Antonio enquanto ele mantinha o relacionamento com a mãe, mas relembra que diversas vezes o presenciou agredindo a mulher. Claudia teria se afastado do trabalho por problemas de saúde ocasionados pela violência cometida pelo ex-companheiro.– Eu quero que ele pegue o que for justo e que ele pague pelo mal que fez para mim e para minha família – desabafa.
Postado por: Adelino
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