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O Chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, negou qualquer participação no escândalo de desvio de dinheiro para a construção de escolas.

 

O secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, se defendeu nesta segunda-feira (4) das acusações feitas por Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor. O empresário disse que o político foi um dos idealizadores do esquema de corrupção que desviou dinheiro que deveria ser usado para a construção de escolas no estado. Rossoni negou que tenha participado da fraude.

 

Em entrevista à RPC, o secretário disse que não está sendo investigado. "Eu não sou investigado, eu não tenho nenhum crime [atribuído a mim]. Até o momento, só tem a delação desse picareta, que roubou o dinheiro público", afirmou.

 

Souza foi preso durante as investigações da Operação Quadro Negro. De acordo com a apuração policial, um grupo de engenheiros da Secretaria da Educação fraudava laudos sobre o andamento das obras, indicando que elas estavam em estágio avançado de construção, quando na verdade mal tinham saído do papel. Com os documentos, o governo liberava os pagamentos para a Valor. Estima-se que a fraude tenha gerado prejuízo de mais de R$ 20 milhões ao governo.

 

Na prisão, o empresário decidiu tentar um acordo de delação premiada, que foi firmado com o Ministério Público Federal (MPF) e aguarda a homologação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em troca de informações sobre os crimes que possa ter cometido, ele não deverá ser preso, se houver condenação nos processos a que responde.

 

Em um dos depoimentos, Souza afirmou que todo o esquema começou após a Construtora Valor começar participar de licitações em Bituruna, cidade no sul do Paraná, que é reduto eleitoral de Rossoni. O delator contou que conheceu o secretário quando ele ainda era deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa.

Conforme o relato do delator, o assessor de Rossoni, Gerson Nunes, o procurou para dizer que a Valor venceria as disputas. Rossoni disse que essa afirmação é mentirosa."Não é verdade, porque quem fez a licitação na prefeitura de Bituruna foi um órgão onde tem um grupo de pessoas que fazem parte da comissão de licitação. Então, isso é uma afirmação mentirosa", afirmou.

 

Além disso, Gerson teria dito que o empresário teria que repassar 10% de tudo o que recebesse da prefeitura ao então deputado. Souza contou que pagou R$ 460 mil para Rossoni. De acordo com ele, os valores foram entregues diretamente no gabinete de Rossoni na Assembleia e que, em determinados momentos, quando o então deputado o via, sempre fazia a mesma pergunta, esfregando as mãos: "Tem coisa boa aí para mim hoje?".

 

Rossoni afirmou que isso nunca aconteceu, mas reconheceu que se reuniu com o empresário algumas vezes. Segundo o político, os encontros serviam para cobrar dele o andamento das obras em Bituruna.

"Ora, se ele nunca me entregou nada. Ele mesmo diz que nunca conversou esse assunto de dinheiro comigo. E daí, diz que eu esfreguei as mãos? Que barbaridade. A contradição está nas palavras dele", afirmou o secretário.

Outro trecho da delação que foi rebatido por Rossoni trata do suposto envolvimento dele com o ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini. Souza contou que conheceu o homem responsável pela equipe que produzia os relatórios fraudados por meio do secretário, na época em que Rossoni estava na Assembleia Legislativa. De acordo com o delator, ele foi apresentado a Fanini como um empreiteiro de confiança.

"Eu jamais apresentaria um empreiteiro que tinha me causado dificuldades. Não pagava os funcionários e também estava atrasando as obras. Eu jamais apresentaria como 'de confiança'. Eu acho que eles se encontraram porque eles tinham interesses em comum", afirmou.

 

Na delação, Souza afirmou também que parte do dinheiro devolvido pela Assembleia ao governo do estado, em 2014, foi destinado para pagar contratos aditivos à Construtora Valor. Conforme Rossoni, o dinheiro foi para um caixa único do Executivo e não poderia ser usado para pagar a empresa. "Tudo o que é devolvido para o governo vai para um caixa único. Não tem como 'carimbar' o recurso para determinada obra. Aí, ele falta com a verdade novamente. Mas como o objetivo dele era salvar a sua condenação, ele criou toda essa história, querendo incriminar todas as pessoas com a roubalheira que ele fez", disse.

 

Ainda de acordo com Rossoni, todas as obras feitas em Bituruna foram devidamente entregues pela Valor, o que não aconteceu nas fraudes descobertas na Operação Quadro Negro. "As obras de Bituruna nós poderíamos chamar de 'Quadro Azul'. Porque elas estão lá concluídas e de ótima qualidade. As duas escolas construídas em Bituruna são das melhores do Paraná", avaliou.




Fonte: G1 PR
Fotos: Arquivo RADIO VOZ



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Postado por: Adelino

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