Mas vai continuar em liberdade por mais algum tempo.
Aconteceu nesta quinta-feira (23/8) no fórum da comarca de Pato Branco, quase dois anos e dez meses depois do crime, o julgamento de Edinei Chaves, 28anos de idade, vulgo GORDINHO, autor confesso do assassinato de Elisângela Guarnieri Bocchi.
A Vividense Elisângela foi assassinada a tiros (três), na madrugada do dia 28 de outubro de 2015, por volta de 4h30, quando chegava para o trabalho, em uma empresa, em Itapejara D’oeste.
Em seu depoimento, finalmente Edinei Chaves, falou. Disse que estava arrependido e pediu perdão à família de Elisângela.
A Acusação feita pelo promotor Vitório Alves da Silva Junior e pelo advogado Anderson Manique Barreto (contratado pela família de Elisângela, defendeu a tese de CRIME de FEMINICIDIO, que é homicídio contra a mulher por causa de seu gênero, com duas qualificadoras: motivo fútil e impossibilidade de defesa da vitima, que foi surpreendida quando chegava ao seu local de trabalho e de madrugada.
Já a defesa de Edinei, feita pelo advogado Ezequiel Fernandes, defendia tese de que não houve FEMINICIDIO: “A qualificadora de feminicidio só é aplicada quando constatada que há uma verdadeira relação de poder de dominação do homem e submissão da mulher. Ou seja, uma desigualdade de gênero que não pode ser reconhecida, porque o crime não aconteceu pelo simples fato da vitima ser mulher”, ponderou o advogado. Durante sua explanação, doutor Ezequiel fez um histórico do relacionamento de cinco meses entre Edinei e Elisângela, alegando que o crime foi resultado de uma série de circunstâncias “provocadas pela vitima, que primeiro iludiu o acusado, fazendo-o até contrair dividas, e depois o abandonou”, acrescentando que estes detalhes afastariam a motivação do crime pela simples condição da vitima ser mulher, não se relacionando com violência doméstica e familiar.
Entretanto, os jurados (5 mulheres e 2 homens) acataram a tese da acusação e Edinei Chaves foi condenado há 16 anos e 6 meses de cadeia.
Disse o juiz de direito Luiz Henrique Vianna Silva, que presidiu a sessão, ao ler a sentença: “O réu foi submetido a julgamento perante o tribunal do júri e o conselho de sentença e conheceu a materialidade e autoria delitivas, deixando de absolver o réu, acolhendo ainda as duas qualificadoras contidas na denúncia; em virtude disso, julgo procedente o pedido da acusação, condenando o réu Edinei Chaves nas sansões ao artigo 121, paragrafo 2º, incisos 4 e 6, cumulado com o 2º A. Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do código penal, verifica-se que a culpabilidade do réu é intensa, na medida em que agiu de forma premeditada e desferiu três disparos a queima roupa contra a vitima; não bastando também agiu de forma ousada, abordando a vitima em frente ao seu local de trabalho e na presença de outros colegas, empreendendo fuga na sequência, o que é mostra o alto grau de reprovação à sua conduta. O motivo do crime decorreu pelo inconformismo do réu em face do fim do relacionamento dele com a vitima. As consequências do ato do réu foram graves, na medida em que a vitima deixou um filho de apenas oito (8) anos, o que causou acarretou graves transtornos psicológicos à criança. O COMPORTAMENTO da vitima em nada contribuiu para o crime", finalizou o magistrado.
Por fim, sentenciou Edinei Chaves a 16 anos e 6 meses de prisão, mas o como o réu permaneceu em liberdade durante todo o processo, o juiz o manteve em liberdade enquanto a defesa recorre da decisão do julgamento. A Acusação acredita que ainda demorara pelo menos mais um ano até o que tribunal de justiça do estado dê o veredito final.
Dona Marinês Guarnieri, mãe de Elisângela, que ao lado da filha Elisandra, do genro Everaldo Bocchi (marido de Elisângela) e de vários vizinhos e amigos, assistiu todo o julgamento que começou a uma e meia da tarde e terminou às dez horas da noite, disse à reportagem da VOZ que esperava uma pena maior, mas ao mesmo tempo estava satisfeita com o resultado do julgamento que condenou o assassino de sua filha; ela não escondeu a apreensão por ele continuar solto, e não vê a hora de Edinei pagar preso pelo crime que cometeu. Mas ela acredita que a maior cobrança a Edinei, será feita pela providência divina.
Postado por: Adelino
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