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Árvores, consideradas em perigo de extinção ou vulneráveis, estão cada vez mais diminuindo no local com pouco mais de 16 mil hectares de área

De abril até o início de setembro 302 hectares da Reserva Indígena de Mangueirinha foram queimados ilegalmente. De acordo com a Vigilância Ambiental Indígena, a frequência de queimadas ambientais no local, neste ano, foi muito maior do que o ano passado.

Conforme Lorinaldo de Oliveira, fiscal indígena ambiental da reserva, os próprios indígenas são, na maioria das vezes, os causadores dos incêndios. Segundo ele, alguns ocasionam as queimadas como técnica da agricultura e outros as provocam simplesmente para limpar alguma área.

Oliveira conta que a Vigilância Ambiental da reserva costuma fazer reuniões com os indígenas com o objetivo de conscientizá-los sobre a importância de não provocar incêndios, porém, os indígenas não costumam acatar os conselhos das autoridades locais.

“Chamamos a atenção deles junto com o cacique, mas não adianta porque as vezes têm uma queima aqui e a gente vai la e apaga. No entanto, no mesmo tempo, em outro lado já tem fogo”, disse comentando que a equipe de fiscalização não está conseguindo dar conta das queimadas, pois além de indígenas até mesmo caminhoneiros causam incêndios na BR.

Perdas

Segundo um levantamento feito pela equipe de fiscais indígenas ambientais, cerca de 12% do total da reserva de Araucárias da Terra Indígena já não existe mais. Além da Araucária, árvores de Imbuía, Canela e Bracatinga são as que mais vem, drasticamente, reduzindo suas quantidades na área nativa, por conta das queimadas. Essas árvores são classificadas como em perigo de extinção ou vulneráveis.

Quando os incêndios são provocados na Reserva Indígena não é só a vegetação que sofre. De acordo com Oliveira, muitos animais silvestres estão morrendo por conta da queimada. “As queimas na beira da BR é onde nós temos uma perda muito grande de animais, pois, eles tentam escapar delas e os caminhões acabam batendo neles”, contou dizendo que “estamos fazendo o possível para cuidar deles aqui [dentro da Reserva] e ai eles tentam escapar do fogo e acabam morrendo.”

Falta de equipamentos

Além do não cumprimento das orientações quanto as queimadas, os fiscais ambientais indígenas também estão tendo problemas com os equipamentos de combate a incêndio. Segundo Oliveira, a equipe possui apenas abafadores de fogo.

Auxílio do Corpo de Bombeiros

Oliveira disse a equipe de reportagem do Diário do Sudoeste que a equipe de fiscais da reserva, composta por oito indígenas, está tendo muito dificuldades no combate aos incêndios e que, por isso, precisam da ajuda do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o fiscal ambiental, o órgão oficial é acionado para ajudar no combate, porém não tem comparecido no local. “Para nós eles falam que é para esperar que eles vão chegar, mas nunca chegam”, relatou explicando que o auxílio do Corpo de Bombeiros é de extrema importância para a conservação ambiental do local.

Ao Diário, o subtenente, comandante da 2ª Sessão do Corpo de Bombeiros de Coronel Vivida, Edson Jair Mohr, informou que a companhia não está sendo acionada para apagar os focos de incêndio. Segundo ele, os indígenas só acionam os Bombeiros quando o fogo foge do controle. “Quando eles tem a intenção de fazer o fogo, não adianta nós irmos lá, porque vamos voltar e eles vão queimar de novo”, disse Mohr relatando uma situação que os próprios fiscais indígenas vem sofrendo.

O subtenente relembrou ainda que queimada, seja ela de qual proporção ou tipo, é proibida por lei no Paraná. “Se está fazendo fogo para queimar lixo você está infringindo lei. Se você está fazendo fogo para queima de lote, você está infringindo a lei”, disse explicando que “hoje já tem tecnologia para não precisar mais queimar. Existem várias formas, que não a queimada.”

Reserva

A Reserva Indígena de Mangueira, que se concentra entre os municípios de Mangueirinha, Coronel Vivida e Chopinzinho, possui uma área territorial de mais de 16 mil hectares. No local, tradicionalmente ocupado pelas etnias Kaingang, Guarani e descendentes de Xetá, existe a maior reserva de árvores Araucárias primárias do país.




Fonte: Diário do Sudoeste
Fotos: Diário do Sudoeste



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Postado por: radiovoz

Sudoeste

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